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Durante todo o ano 2000
temos observado muitas regiões activas pertencentes ao
período máximo do ciclo solar 23, mas a região activa
observada desde 17 de Setembro no limbo Este até 30 de
Setembro no limbo Oeste, na zona equatorial, foi, sem
dúvida, uma das maiores. Em 1896 um físico alemão, Pieter Zeeman, observou o efeito dos campos magnéticos nas riscas espectrais dos átomos. Por essa descoberta ganhou o prémio Nobel da Física em 1904 e esse efeito tem por isso o seu nome, efeito de Zeeman. Este efeito traduz-se num ligeiro deslocamento no comprimento de onda das riscas espectrais se estiverem sujeitas a um campo magnético. Isto acontece porque os campos magnéticos perturbam ligeiramente os níveis de energia dentro do átomo. Foi em 1908 que um astrónomo americano, G. Hale, aplicou pela primeira vez a descoberta de Zeeman à Astronomia. Hale estava muito impressionado com o alinhamento dos filamentos da penumbra nas manchas solares( vê-se uma zona central escura, a sombra da mancha, e à volta os filamentos todos alinhados que formam a penumbra) e lembrou-se que este alinhamento podia ser devido a campos magnéticos fortes, semelhantes ao alinhamento da limalha de ferro perto dos pólos de uma barra magnetizada. Com o seu telescópio ele verificou que as riscas espectrais nas manchas solares apresentavam essa decomposição, formando um tripleto de riscas, existindo por isso nesses locais grandes campos magnéticos. Manchas solares, filamentos, estruturas coronais do Sol dão informação acerca dos campos magnéticos no Sol que pode atingir na sombra da mancha 4000G. |
H-alfa, 23-Set-2000. Podemos observar que esta grande região activa se situa entre as latitudes 5 graus Sul e 16 graus Norte e ao longo de uma longitude 27 graus Este até 10 graus Oeste. É bem visível a distribuição das linhas de força do campo magnético. |
H-alfa, 23-Set-2000. A existência de um intenso e extenso campo magnético é mostrado pela organização da estrutura cromosférica H-alfa que se estende até bastante longe da mancha solar. |
K3, 23-Set-2000. Podemos observar a enorme região facular associada a esta região activa onde a radiação emitida é grande. | |
K3, 23-Set-2000. A grande extensão de emissão mostra-nos como o campo magnético da mancha solar é extenso porque a intensidade da emissão depende da intensidade do campo magnético. | |
K1v, 23-Set-2000. Podemos observar uma mancha bastante complexa e muitas outras mais pequenas distribuídas por várias regiões activas. | |
K1v, 23-Set-2000. Esta enorme mancha solar que observamos neste espectroheliograma pôde ser observada a olho nu ao nascer e ao pôr do Sol. A mancha apresenta a sombra bastante grande e uma penumbra extensa o que significa que o campo magnético tem uma intensidade elevada. Observando os espectroheliogramas obtidos desde 17 a 30 de Setembro verificamos que a sombra da mancha não só se modificou na sua forma como até se dividiu o que significa que o campo magnético se alterou. |
K1v, 20-Set-2000. Compare a sombra e a penumbra da mancha observada neste dia com a sombra e a penumbra da mesma mancha observada nos dias 23 e 27 de Setembro. | |
K1v, 27-Set-2000. Neste espectroheliograma pode-se observar que a forma da sombra e da penumbra da mancha se alteraram significativamente, ocorrendo até, como já se disse anteriormente, a divisão da sombra. |
Adriana
Garcia Assessora de Observações Astronómicas Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra Email: astronomico@gemini.ci.uc.pt |
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