ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
As finalidades e objectivos enunciados determinam que
o professor, ao aplicar este programa, contemple equilibradamente:
*o desenvolvimento de atitudes;
*o desenvolvimento de capacidades;
*a aquisição de conhecimentos e técnicas
para a sua mobilização.
Tendo como pressuposto ser o aluno agente da sua própria
aprendizagem, propõe-se uma metodologia em que
*os conceitos são construídos a partir
da experiência de cada um e de situações
concretas;
*os conceitos são abordados sob diferentes pontos
de vista e progressivos níveis de rigor e formalização;
*se estabelece maior ligação da Matemática
com a vida real, com a tecnologia e com as questões
abordadas noutras disciplinas, ajudando a enquadrar
o conhecimento numa perspectiva histórico-cultural.
Neste contexto, destaca-se a importância das actividades
a seleccionar, as quais deverão contribuir para
o desenvolvimento do pensamento científico,
levando o aluno a intuir, conjecturar, experimentar,
provar, avaliar e ainda para o reforço das atitudes
de autonomia e de cooperação.
Cabe ao professor, de acordo com a realidade da turma,
encontrar o equilíbrio entre o número
de trabalhos individual e de grupo (a realizar dentro
e fora da aula), assim como o espaço para a
sua intervenção: dinamizando, questionando,
fazendo sínteses, facultando informação
...
O programa pretende dar continuidade, sem brusca mudança
de nível, às aprendizagens realizadas
no 3.o ciclo, agora coincidente com o ensino obrigatório,
ajustando-se ao nível de desenvolvimento e de
cultura dos alunos. Parte-se, quando possível,
de problemas e situações experimentais
para que, com o apoio na intuição, o
aluno aceda gradualmente à formalização
dos conceitos. São identificadas situações
para estabelecer conexões entre os diversos
temas de forma a proporcionar uma oportunidade de
relacionar os vários conceitos, promovendo uma
visão integrada da Matemática.
A utilização obrigatória da tecnologia
que, além de ferramenta, é fonte de actividade,
de investigação e de aprendizagem, pretende
preparar os alunos para uma sociedade em que os meios
informáticos terão um papel considerável
na resolução de problemas de índole
científica.
Capacidade de utilizar a Matemática
A análise de situações da vida
real e a identificação de modelos matemáticos
que permitam a sua interpretação e resolução,
nomeadamente a propósito do estudo da Estatística
e das Funções, constituem uma oportunidade
de abordar o método científico.
A resolução de problemas, meio privilegiado
para desenvolver o espírito de pesquisa, deve
contemplar, além de situações
do domínio da Matemática, outras, da
Física, da Economia, da Geografia, ...
Raciocínio dedutivo
No ensino secundário, o aluno será solicitado
frequentemente a justificar processos de resolução,
a encadear raciocínios, a confirmar conjecturas,
a demonstrar fórmulas e alguns teoremas.
Noções muito elementares de Lógica
serão introduzidas à medida que se revelem
úteis à clarificação de
processos e de raciocínios.
A Axiomática das Probabilidades (muito simplificada)
visa dar aos alunos alguma cultura sobre a construção
hipotético-dedutiva de uma Ciência. Alguns
problemas de Geometria no Espaço podem ser excelentes
oportunidades para praticar o raciocínio dedutivo.
Comunicação
Tendo em conta a estreita dependência entre os
processos de estruturação do pensamento
e da linguagem, é absolutamente necessário
que as actividades tenham em conta a correcção
da comunicação oral e escrita. O aluno
deve verbalizar os raciocínios e discutir processos,
confrontando-os com outros. Deve ser capaz de argumentar
com lógica e recorrer, cada vez mais, à
linguagem simbólica da Matemática, à
sua precisão e ao seu poder de síntese.
Esta evolução decorrerá naturalmente
da necessidade de comunicar aos outros as suas ideias.
É necessário proporcionar ao aluno oportunidade
para expor um tema preparado, a resolução
de um problema ou a parte que lhe cabe num trabalho
de grupo.
Os trabalhos escritos, individuais ou de grupo, quer
sejam pequenos relatórios, monografias, ...,
devem ser apresentados de forma clara, organizada e
com aspecto gráfico cuidado.
Perspectiva histórico-cultural
Actividades com uma perspectiva histórica humanizam
o estudo da disciplina, mostrando a Matemática
como ciência em construção. Proporcionam
também excelentes oportunidades para pesquisa
de documentação.
A informação sobre a génese e o
percurso de um conceito ao longo dos tempos e a sua
relação com o
progresso da humanidade pode fomentar, ou aumentar,
o interesse pelo tema em estudo, ao mesmo tempo que
constitui uma fonte de cultura.
Papel do professor
Na concretização da metodologia proposta
cabe ao professor ser simultaneamente dinamizador e
regulador do processo de ensino-aprendizagem, criando
situações motivadoras e adoptando uma
estratégia que implique o aluno na sua aprendizagem
e desenvolva a sua iniciativa.
Assume, neste nível de ensino, importância
fundamental o contrato pedagógico a estabelecer
com o aluno, na negociação e definição
de consensos para os projectos de trabalho, na participação
activa e responsável na gestão do processo
ensino-aprendizagem.
A valorização da vertente formativa da
disciplina, só pode ser alcançada fomentando
uma atitude positiva do aluno face à Matemática.
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