GESTÃO DO PROGRAMA
É indispensável que o professor, além
de conhecer bem o programa de cada ano que vai leccionar,
tenha um conhecimento global do programa do ensino
secundário, bem como uma perspectiva integradora
dos programas dos ciclos do ensino básico.
O professor deve prever, desde o início do ano,
momentos para o desenvolvimento de trabalhos individuais,
trabalhos de grupo, trabalhos de projecto e actividades
investigativas.
O programa de cada ano desenvolve-se por três
grandes temas. O professor deve aproveitar todas as
ligações entre os temas em cada ano e
de cada ano com os anos anteriores, por forma que o
aluno encare a Matemática como um todo integrado
e não como um conjunto fragmentado em temas,
ao mesmo tempo que possibilita a ampliação
e consolidação de cada conceito, sempre
que ele é retomado.
Inicia-se o 10(o) ano com o estudo da Geometria no Plano
e no Espaço, porque a Geometria é, por
excelência, um tema formativo no sentido mais
amplo do termo que, pela resolução de
problemas apropriados desenvolve variadas capacidades,
desde a observação ao raciocínio
dedutivo, ao mesmo tempo que deixa perceber verdadeiras
conexões entre os vários temas da Matemática,
da Álgebra à Análise e à
Estatística. É por isso que é
tão importante, desde o início, trabalhar
com a Geometria, tentando superar algumas (não
todas necessariamente) eventuais dificuldades ou lacunas
que os alunos tragam dos ciclos anteriores. Começar
por este tema permite o desenvolvimento de capacidades
de visualização e representação
através de figuras que tão necessárias
são para o estudo de todos os outros temas.
Os conteúdos de Estatística já
abordados no terceiro ciclo do ensino básico
permitem resolver as situações que os
alunos podem ter de enfrentar em projectos suscitados
pela Área Escola. Mas cabe ao professor decidir
se é ou não oportuno aproveitar o tema
de cada projecto em desenvolvimento e antecipar o estudo
do tema de Estatística do 10(o) ano ou para
o leccionar sobre um molde de trabalho de projecto.
Sempre que o professor detectar nos alunos lacunas inultrapassáveis
em temas de ciclos anteriores, deve desencadear mecanismos
de remediação, como os previstos apoios
pedagógicos acrescidos.
Em cada tema é importante encontrar-se um equilíbrio
entre o desenvolvimento significativo dos conceitos,
capacidades e aptidões e o domínio do
cálculo. Do mesmo modo, a introdução
da lógica, da linguagem matemática e
simbólica, das formas de raciocínio científico
(matemático e outros) deve aproveitar todas
as oportunidades, impregnar o quotidiano da aprendizagem
matemática, sem se transformar num conteúdo
com valor em si mesmo. O grau de formalismo deve sempre
ter em conta o nível de maturidade matemática
dos alunos e deve surgir, se possível como necessidade,
depois de o professor ter a certeza que o aluno apropriou
verdadeiramente o conceito. Outro cuidado tem a ver
com o uso da tecnologia: é preciso ter sempre
presente que a "tecnologia" em si não
está em causa como conteúdo de ensino,
mas que são as aprendizagens que ela pode proporcionar
que justificam o seu uso.
Para cada tema indica-se uma previsão do número de aulas necessárias à sua abordagem na leccionação. Não sendo mais do que uma previsão, essa indicação deve ser encarada com flexibilidade, sem prejuízo do peso relativo e da profundidade do tratamento desejado que o número de aulas previsto indicia. O professor deve ter como preocupação fundamental abordar e desenvolver, em cada ano, os variados tópicos do programa, pois eles fornecem métodos matemáticos diversificados e desempenham funções diferentes todas imprescindíveis para, em conjunto, contribuírem para a formação integral do cidadão autónomo e livre. Nunca se deve valorizar um conteúdo de tal forma que se possa prejudicar irremediavelmente a formação em algum dos grandes temas ou no desenvolvimento de alguma das capacidades/aptidões reportadas na redacção das finalidades e dos objectivos gerais deste programa de ensino.
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