10(o) ANO
Tema I - Geometria no Plano e no Espaço I (36
aulas)
O ensino da Geometria reveste-se da maior importância
devendo desenvolver no aluno uma intuição
geométrica e um raciocínio espacial assim
como capacidades para explorar, conjecturar, raciocinar
logicamente, usar e aplicar a Matemática, formular
e resolver problemas abstractos ou numa perspectiva
de modelação matemática. Deve
ainda desenvolver no aluno capacidades de organização
e de comunicação quer oral quer escrita.
O professor deve no início da unidade propor
aos alunos actividades que permitam recordar e ampliar
os conhecimentos adquiridos no 3(o) ciclo de modo a
estabelecer uma boa articulação entre
este ciclo e o ensino Secundário.
Tanto em geometria plana como em geometria do espaço
todo o ponto de vista axiomático é excluído
devendo a prática com as figuras ter um papel
central e decisivo no ensino das noções
matemáticas que estão em jogo. O professor
deve propor actividades de construção,
de manipulação de modelos e ligadas a
problemas históricos fazendo surgir a partir
do problema e do caminho que se faz para a sua resolução
uma grande parte dos resultados teóricos que
pretende ensinar ou recordar.
A exploração de programas adequados no
computador pode ajudar eficazmente o aluno a desenvolver
a percepção dos objectos do plano e do
espaço.
Devem explorar-se sempre que possível as conexões
da Geometria com outras áreas da Matemática
e o seu desenvolvimento deve prolongar-se noutros temas.
Desenvolvimento
Resolução
de problemas de geometria no plano e no espaço
(Pretende-se que os problemas a propor promovam o desenvolvi-mento de capacidades de experi-mentação, raciocínio geométrico e a análise crítica, conduzindo ao esta-belecimento de conjecturas e à sua verificação.)
Alguns tópicos de geometria a considerar em situações
concretas na resolução de problemas podem
ser por exemplo :
* Modos de definir um plano.
*Propriedades usuais do paralelismo de duas rectas,
de dois planos, de uma recta e um plano, assim como
as propriedades usuais de perpendicularidade de duas
rectas, de uma recta e de um plano.
*Intersecção de sólidos por um
plano dado.
*Construção de uma representação
da secção obtida.
*Estabelecimento de relações métricas
entre figuras, nomeadamente entre medidas lineares,
áreas e volumes.
Indicações Metodológicas
Este tema pode ser introduzido a partir de actividades
em que os alunos reflictam na organização
do espaço e no modo como algumas propriedades
dos seus objectos elementares (pontos , rectas e planos
) permitem validar conjecturas.
O professor pode propor ao aluno actividades com poliedros
(entre outros, estudar os cinco sólidos de Platão:
cubo, tetraedro, octaedro, icosaedro, dodecaedro ).
Partindo dos seus modelos podem ser estudadas as propriedades
dos polígonos que constituem as suas faces .
É importante que os alunos recordem as definições
dos triângulos, quadriláteros e polígonos
usuais e com base nestas descubram e verifiquem novas
propriedades . Os alunos devem ser capazes de desenhar
exemplos representativos de cada quadrilátero
bem como dos polígonos regulares.
O aluno deve ser levado a reconhecer que quando uma
figura do espaço está contida num plano
se podem utilizar neste plano todas as propriedades
da geometria plana.
Os problemas a propor aos alunos não devem ser
numerosos. Devem ser ricos e não se reduzir
a propostas fragmentadas. É mais importante
um problema bem explorado do que muitos tratados apressadamente.
As actividades devem estar ligadas à manipulação
de modelos geométricos e o professor deve insistir
para que o aluno exprima correctamente os seus raciocínios,
oralmente e por escrito, através de pequenas
composições. Também se pretende
que os alunos realizem pequenas investigações.
Com os sólidos usuais, pretende-se que o aluno
fique a saber desenhar representações
planas destes, descrever a intersecção
de um desses sólidos por um plano dado e saber
construir e desenhar uma representação
da intersecção obtida, utilizando as
regras da perspectiva cavaleira (o aluno deve começar
por modelar a situação por exemplo com
sólidos de arestas, com sólidos transparentes
ou de qualquer outro modo sugestivo). Devem ser estudadas
as propriedades do polígono obtido como secção.
A resolução de problemas numéricos
ligados ao calculo e comparação de distâncias,
áreas e volumes em configurações
do plano ou do espaço poderá constituir
uma oportunidade para o aluno voltar a trabalhar com
números irracionais e/ou valores aproximados
recorrendo à calculadora. O aluno deve ser estimulado
a recorrer ao calculo mental e à estimativa
para confirmar se os valores encontrados são
aceitáveis.
Desenvolvimento
Geometria
Analítica
*O método cartesiano para estudar geometria no
plano e no espaço:
*Referenciais cartesianos ortogonais e monométricos
no plano e no espaço. Correspondência
entre o plano e R2, entre o espaço
e R3. Conjuntos de pontos e condições.
Distância entre dois pontos. Circunferência,
círculo, elipse e mediatriz; Superfície
esférica, esfera e plano mediador.
*Vectores livres no plano e no espaço:
*Componentes e coordenadas de um vector num referencial
ortonormado do plano
*Componentes e coordenadas de um vector num referencial
ortonormado do espaço.
*Adição de vectores e multiplicação
por um escalar; propriedades. Colinearidade de dois
vectores
*Soma de um ponto com um vector. Diferença de
dois pontos.
*Norma de um vector.
*Coordenadas do ponto médio de um segmento de
recta.
*Equação vectorial da recta no plano e
no espaço.
*Equação reduzida da recta no plano e
equação x=x0 .
Indicações Metodológicas
O professor deve propor ao aluno actividades que o levem
a sentir a necessidade e vantagem do uso de um referencial,
quer no plano quer no espaço. O professor pode
fornecer figuras e/ou umreferencial numa grelha e pedir
a colocação da figura ou do referencial
para obter as melhores coordenadas experimentando com
várias figuras no plano e no espaço.
Será vantajoso que o professor aproveite os problemas
com que iniciou a unidade, recorrendo aos modelos já
utilizados para fazer aparecer as novas noções
(referencial, coordenadas , vectores , ... ) levando
o aluno a justificar determinadas proposições
por mais de um processo. Só mais tarde deve
recorrer a desenhos em perspectiva.
No plano, o aluno deve descobrir as relações
entre as coordenadas de pontos simétricos relativamente
ao eixo das abcissas, ao eixo das ordenadas e à
bissectriz dos quadrantes ímpares. No espaço,
o aluno deve descobrir as relações entre
pontos simétricos relativamente aos planos coordenados
e aos eixos coordenados.
É importante aproveitar as analogias mas também
salientar as diferenças no tratamento analítico
do plano e do espaço .
Pretende-se que o aluno deduza propriedades de figuras
geométricas (triângulos e quadriláteros)
usando vectores e explore a ligação do
cálculo vectorial com a Física.
A circunferência, a elipse e a superfície
esférica devem ser tratadas essencialmente
como lugares geométricos sem a preocupação
de fazer múltiplos exercícios que envolvam
apenas as suas equações. O mesmo para
a mediatriz e o plano mediador.
A equação da elipse obtém-se facilmente
a partir da circunferência por meio de uma mudança
afim de uma das coordenadas.
Não devem ser feitos exercícios repetitivos
com as equações da recta, da elipse ou
da circunferência.
O professor deve incentivar o aluno a fazer em todas
as situações uma figura geométrica
de modo a tirar proveito da visualização
do problema e a desenvolver a sua capacidade de representação
não deixando que o aluno se limite à
resolução exclusiva de equações
e à utilização de fórmulas
. Além do mais o aluno deve descrever com algum
detalhe o processo utilizado, justificando adequadamente.
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