10(o) ANO
Tema III - Estatística (20 aulas)
Algumas das noções que se tratam nesta
unidade já foram abordadas no 3(o) ciclo é
por isso possível em qualquer altura reinvestir
nestes conhecimentos e completá-los progressivamente.
Assim, o professor pode, se o considerar vantajoso,
tratar este tema de uma forma descontínua ao
longo do ano, nomeadamente sob a forma de trabalho
de projecto.
O aluno deverá ficar a saber organizar, representar
e tratar dados recolhidos em bruto (ou tabelados)
para daí tirar conclusões numa análise
sempre critica e sempre consciente dos limites do processo
de matematização da situação.É
importante que o estudo da Estatística contribua
para melhorar a capacidade dos alunos para avaliar
afirmações de carácter estatístico,
fornecendo-lhes ferramentas apropriadas para rejeitar
quer certos anúncios publicitários quer
notícias ou outras informações
em que a interpretação de dados ou a
realização da amostragem não tenha
sido correcta.
Este tema fornece uma excelente oportunidade para actividades
interdisciplinares, individualmente ou em grupo, devendo
o professor ao definir o plano de trabalho com os alunos
incentivá-los a recorrer ao computador. No final,
os alunos devem interpretar e comunicar os resultados
à turma fazendo uma análise crítica
e estando conscientes que modos diferentes de apresentar
as conclusões podem alterar a mensagem.
Pré-Requisitos:
Estatística do 3(o) ciclo do Ensino Básico.
Desenvolvimento
*Objecto da Estatística e breve nota histórica
sobre a evolução desta Ciência;
utilidade na vida moderna. Clarificação
de quais os fenómenos que podem ser objecto
de estudo estatístico; exemplificação
de tais fenómenos com situações
da vida real, salientando o papel relevante da Estatística
na sua descrição.
*Recenseamento e sondagem.
*As noções de população
e amostra. Compreensão do conceito de amostragem
e reconhecimento do seu papel nas conclusões
estatísticas; distinção entre
os estudos e conclusões sobre a amostra e a
correspondente análise sobre a população.
Noções intuitivas sobre as escolhas de
amostras, sobre a necessidade de serem aleatórias,
representativas e livres de vícios de concepção.
*Estatística Descritiva e Estatística Indutiva.
Indicações Metodológicas
Os alunos podem recolher dados na turma, em revistas,
livros ou junto de instituições, empresas,
serviços públicos, autarquias, I.N.E,
Comunidade Europeia,. ... devendo, no entanto , ter-se
em conta a maturidade e sensibilidade dos alunos para
os problemas apresentados.
O professor deve acentuar que o principal objectivo
da Estatística Descritiva é organizar
os dados observados (amostra) e extrair deles as características
mais importantes, resumindo a informação
neles contida (redução dos dados).
Deve salientar-se que a Estatística Descritiva
se limita ao estudo da amostra.
Numa segunda fase, a da Estatística Indutiva,
conhecidas as propriedades da amostra procura-se inferir
para todo o universo. Esta segunda fase não
faz parte do programa.
Desenvolvimento
Organização
e interpretação de caracteres estatísticos
(qualitativos e quantitativos):
*Análise gráfica de atributos qualitativos
(gráficos circulares, diagramas de bandas, pictogramas);
determinação da moda;
*Análise de atributos quantitativos: variável
discreta e variável contínua.
Dados agrupados em classes.
*Variável discreta: tabelas de frequências
(absolutas, relativas e relativas acumuladas); gráfico
de barras; (gráficos circulares e pictogramas);
função cumulativa.
*Variável continua: tabelas de frequências
(absolutas, relativas e relativas acumuladas); gráficos
(histograma, polígono de frequências);
função cumulativa.
*Medidas de localização de uma amostra:
Moda ou classe modal; média; mediana; quartis.
*Medidas de dispersão de uma amostra: Amplitude;
variância; desvio padrão; amplitude interquartis.
*Discussão das limitações destes
parâmetros estatísticos.
Indicações Metodológicas
O professor deve rever o estudo dos atributos qualitativos,
nomeadamente o estudo gráfico procurando clarificar
a distinção entre os diferentes tipos
de atributos e correspondente estudo.
Quando os dados são quantitativos pode ser útil
usar um tipo de representação sugestiva
- Stem-and-leaf (caule e folha) - que se pode considerar
entre a tabela e o gráfico. Utiliza-se principalmente
para representar amostras de dois dígitos e
consiste em escrever do lado esquerdo de uma linha
vertical o dígito (ou dígitos) da classe
de maior grandeza, seguidos dos restantes.
Esta representação facilita o calculo
da mediana e reflecte a forma da distribuição
da população subjacente aos dados observados.
Os alunos devem construir tabelas de frequências
absolutas ou efectivos , de frequências relativas
e de frequências relativas acumuladas associadas
a dados preferencialmente correspondentes a situações
reais.
Os alunos devem ainda construir e interpretar gráficos
de barras (caso discreto), histogramas e gráficos
poligonais (caso contínuo) e, eventualmente,
em ambos os casos, gráficos circulares e pictogramas.
Os alunos devem definir e interpretar a função
cumulativa e fazer a respectiva representação
gráfica.
No estudo de variáveis estatísticas contínuas
deverá ter-se em conta que o seu estudo tem
subjacente a hipótese de que em cada classe
a frequência (absoluta ou relativa) está
uniformemente distribuída ( isto é, a
frequência por unidade de amplitude de cada classe
é igual ao quociente entre a frequência
e a amplitude dessa classe).
No caso contínuo, a função cumulativa
deverá ser introduzida de forma intuitiva; assim,
dever-se-á começar por calcular o seu
valor nos extremos das classes e, em seguida , usando
a hipótese de distribuição uniforme,
construir os segmentos de recta associados a cada classe.
Os alunos devem compreender e interpretar medidas de
localização, em particular , as medidas
de tendência central assim como as medidas de
dispersão.
Não se pedem fórmulas estatísticas
para além da média e do desvio padrão,
devendo utilizar-se as funções estatísticas
da calculadora mal tenham os alunos compreendido os
conceitos a que essas fórmulas referem.
Recorrendo à análise conjunta das medidas
de localização e de dispersão
, em particular recorrendo à média e
ao desvio padrão os alunos devem interpretar
distribuições.
A mediana e os quartis deverão ser definidos
a partir da função cumulativa não
devendo no entanto perder-se a interpretação
corrente (por exemplo, no caso da mediana: é
o valor que tem à sua esquerda e à sua
direita o mesmo número de observações).
Além disso, no caso discreto deverá ser
apresentada a regra prática para o cálculo
da mediana cuja dedução poderá
ilustrar a interpretação atrás
referida; é desnecessária , a este nível
, a apresentação das regras práticas
para a determinação dos 1(o) e 3(o) quartis
bem como a sua obtenção no caso contínuo.
Deverá ser observado que, no caso contínuo
, o cálculo da média e do desvio padrão
só é possível se introduzirmos
uma variável discreta relacionada com a que
está em estudo. Isto é feito por intermédio
da variável das marcas cuja escolha é
legitimada pela hipótese de distribuição
uniforme em cada classe.
Com exemplos devem ser estudadas propriedades elementares
da média e da variância ou do desvio padrão
; em particular, analisar o efeito nestes parâmetros
de uma transformação linear afim dos
valores da variável.
Desenvolvimento
*Diagramas de extremos e quartis
*Referência a distribuições bidimensionais
(abordagem gráfica e intuitiva):
*Diagrama de dispersão; dependência estatística;
ideia intuitiva de correlação; exemplos
gráficos de correlação positiva,
negativa ou nula.
*Coeficiente de correlação e sua variação
em [ -1 , 1 ].
*Definição de centro de gravidade de um
conjunto finito de pontos; sua interpretação
física.
*Ideia intuitiva de recta de recta de regressão;
sua interpretação e limitações.
Indicações Metodológicas
O aluno deve construir e interpretar diagramas de extremos
e quartis de uma distribuição, enquanto
gráfico que permite ter simultaneamente em conta
medidas de localização e de dispersão.
A partir de exemplos de nuvens de pontos o aluno deve
identificar o tipo de correlação. A medida
que se utiliza com mais frequência para medir
o grau da associação linear é
o coeficiente de correlação (linear)
que se representa por r . Não devem ser propostos
exercícios que envolvam o cálculo (a
não ser pela máquina) nem é de
exigir o conhecimento da fórmula do coeficiente
de correlação.
Os alunos devem verificar, a partir de exemplos, algumas
propriedades do coeficiente de correlação:
- O valor de r está no intervalo [ -1 , 1 ]
- Quanto maior for o módulo de r, maior será
a correlação linear entre os valores
de x e de y .
- Significado e interpretação do sinal
de r.
Pode definir-se a recta de regressão (linear)
como a recta tal que a soma dos quadrados das distâncias
de cada ponto da nuvem à recta seja mínima
.
Informar que se pode calcular como sendo a recta que
passa pelo centro de gravidade da distribuição
e cujo declive é dado pelo coeficiente de regressão;
sobre este coeficiente informar apenas que o sinal
é o mesmo do coeficiente de correlação
e em seguida calculá-lo usando a calculadora.
Os alunos poderão ainda obter a recta de regressão
na calculadora gráfica e em seguida verificar
que passa pelo centro de gravidade.
É conveniente chamar a atenção
dos alunos que a equação da recta de
regressão desligada da nuvem de pontos não
nos permite certificar se ela foi ou não influenciada
por um pequeno número de pontos anormais. Ora,
por vezes, uma investigação adicional
destes pontos poderá permitir eventualmente
rejeitá-los e obter assim uma recta mais ajustada.
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