Instalação de Alfredo Jaar
Edifício das Caldeiras, Rua Padre António Vieira
Horário: 14.00-19.00
Sábado/Domingo: 10.00-12.30, 14.00-19.00
Entrada livre
Posto de venda de livros
genocídio: actos cometidos para destruir no todo ou em parte um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
"Se o genocídio é uma possibilidade real do
futuro, então ninguém no mundo se pode sentir
razoavelmente seguro de que a sua existência tenha continuidade,
sem a ajuda e protecção da lei internacional."
Hannah Arendt
No dia 6 de Abril de 1994, o avião que transportava o presidente do Ruanda Juvenal Habyarimana foi abatido sobre Kigali, capital do Ruanda. O que se passou, nas dez semanas seguintes, foi um genocídio. Calcula-se que pelo menos um milhão de pessoas foram mortas. Outros dois milhões procuraram refúgio no Zaire, Burundi, Tanzânia e Uganda. Cerca de outros dois milhões de pessoas foram deslocados dentro do Ruanda.
O mundo fingiu ignorar o assassínio sistemático. De facto, a primeira reacção das Nações Unidas aos massacres foi aprovar a Resolução 912 em 21 de Abril, reduzindo o efectivo militar das Nações Unidas de 2.500 para 270. Quando os paraquedistas franceses e belgas foram enviados, foi apenas para garantirem a evacuação pacífica dos estrangeiros.
A principal razão que levou a comunidade internacional a não intervir a tempo foi a relutância dos europeus e dos americanos em assumirem um compromisso substancial numa área sem importância estratégica.
A atenção dos meios de
comunicação foi finalmente despertada pelo êxodo
maciço para os campos de refugiados. Evitando, por
conveniência, falar de genocídio, a comunidade mundial
prometeu reagir perante o desastre humanitário nos campos.
A cólera e a desinteria fizeram dezenas de milhar de
vítimas, mas este número foi apenas uma fracção
do milhão de mortos que se calcula terem resultado do
genocídio".
Alfredo Jaar
"As imagens têm uma excepcional religião. Enterram a história." Vicenç Altaió
Cortesia: Alfredo Jaar