Algumas Experências de Divulgação da Matemática na Imprensa Portuguesa

Nuno Crato

Instituto Superior de Economia e Gestão

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A imprensa portuguesa está cada vez mais receptiva à divulgação da informação científica. Os responsáveis editoriais têm noção que há um público interessado e são receptivos à ideia de atingir esse público. Por seu turno, os cientistas e académicos portugueses estão cada vez mais interessados em divulgar a sua actividade e em ser ouvidos. Dito isto, que resume uma evolução muito positiva da última década, é preciso dizer que há ainda obstáculos sérios ao entendimento entre estes dois parceiros. Jornalistas e académicos deveriam estar interessados numa cooperação; no entanto, vivem em dois mundos diferentes e o diálogo é difícil. O que é que nós, académicos, podemos fazer para ultrapassar esse desentendimento? Uma intervenção mais activa por parte dos cientistas e académicos portugueses implica a compreensão de algumas ideias básicas do jornalismo, nomeadamente os critérios principais de selecção da matéria noticiosa: a actualidade e o interesse do público. Implica também o conhecimento de algumas regras básicas da escrita jornalística: a necessidade de dar resposta aos quesitos sacramentais "o quê, quem, quando, onde". Implica, finalmente, a compreensão do funcionamento das empresas noticiosas, que se pode resumir numa palavra: pressa!