Rui Mário Gonçalves
Fac. Letras, Univ. Lisboa
* Relações entre a sabedoria científica e a realização artística, na vida colectiva.
* As ciências do espaço e as artes do espaço.
* A perda da independência das dimensões de massa, tempo, espaço e energia.
* O problema da escolha de uma geometria nas linguagens da ciência e da arte.
* A introdução do tempo nas artes tradicionalmente designadas por "artes do espaço".
* A passagem da noção de espaço à noção de campo.
* O abandono dos dados visuais imediatos.
* Como manter a intencionalidade estética nas novas tecnologias?
Três citações:
Suponhamos um modelo qualquer e a cópia desse modelo recopiado por um desenhador desajeitado; as proporções são alteradas; as rectas traçadas por uma mão trémula sofrem desvios desagradáveis e apresentam curvaturas desastradas. Do ponto de vista da geometria métrica, mesmo da geometria projectiva, as duas figuras não são equivalentes; elas são-no, pelo contrário, do ponto de vista da Analysis situs (Henri Poincaré, Cientista).
- Sem as mãos nunca teria havido geometria, pois são necessários traços e círculos para se especular sobre as propriedades da extensão. Antes de poder reconhecer pirâmides, cones, espirais nos cristais e nas conchas, foi ou não necessário que as formas regulares tivessem sido previamente "simuladas" pelos homens, no ar ou sobre a areia? (Henri Focillon, Historiador da Arte).
- Diz-se que Ingres introduziu a ordem no repouso. Eu gostaria de introduzir, para além dos pathos, a ordem no movimento (Paul Klee, Pintor).