Exposição
A Matemática na Poesia Portuguesa
Sala de Exposições
Piso 0 do
Dep. de Matemática, Univ. de Coimbra
29 de Setembro de 1999 - 31 de Dezembro de 1999
Mesmo dando de barato a sua deselegância, a frase Tanto Pessoa já enjoa!, que se ouve com frequência em certos círculos, é excessiva. Afinal foi ainda um poema de Fernando Pessoa, porventura o mais conhecido dos poemas portugueses que remetem para a Matemática de alguma forma, que serviu de ponto de partida para esta exposição.
A selecção dos poemas foi feita com base nos arquivos da memória e nas bibliotecas particulares dos organizadores. Puramente amadora e ingénua portanto. Não poderia ser de outra forma. Os conhecimentos poéticos dos organizadores provêm apenas do privilégio que concedem à Poesia como área de leitura. Mesmo assim encontram-se aqui representados alguns dos nomes maiores da poesia portuguesa deste século que nunca mais acaba. Muitos deles figuram na obra de referência que ainda é a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, organizada por Maria Alberta Menéres e E. M. de Mello e Castro.
Talvez os visitantes reajam à parte dedicada à Poesia Concreta por ser, proporcionalmente, exagerada. Podemos argumentar de duas formas. Numa exposição deste tipo é mais fácil ver do que ler ou, se quiserem, aceitem o exagero, se é que o é, como um, pequeno, acto provocatório.
Ah, mas Borges não é português... dirá o visitante informado. Não, não é, mas tinha antecessores próximos portugueses, a que de resto alude no poema Os Borges:
Nada ou muito pouco sei de meus maioresTalvez que esta contradição não seja descabida por inteiro no universo borgeano...portugueses...
Há sempre um erro novo à nossa espera. Seja ele um cubo ou uma esfera, há que recebê-lo com alegria. É um erro novo. Está à nossa espera .Jaime Salazar Sampaio.
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a esfericidade ou ferocidade qualidade de que gozam alguns sólidos quando se viram para nós Luiza Neto Jorge.
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Os Organizadores
Carlota Isabel Leitão
Pires Simões
Francisco José
Craveiro de Carvalho
Olga Maria da Silva Azenhas