O Regulamento dos Estágios Pedagógicos diz
que "a avaliação deve encarar-se como um processo
contínuo de reflexão, análise e discussão da
actividade individual e de grupo, no sentido de superar erros cometidos, vencer
dificuldades e ajustar o ritmo de trabalho" e que"a
avaliação terá em conta a conjugação de
diversos parâmetros cujas expressões parcelares conduzirão
a uma única apreciação global."
A avaliação é assim
incontornavelmente complexa, pelo que este documento pretende proceder a uma
uniformização mínima da avaliação dos
estagiários que proporcione aos orientadores e estagiários tanto
uma linha orientadora do seu trabalho como alguma flexibilidade que não
iniba as iniciativas necessárias numa tarefa tão complexa.
Este documento
divide-se em duas partes:
1. Perfis de desempenho a observar pelo orientador científico.
2. Perfis de desempenho a observar pelo orientador pedagógico.
1. Orientador Científico
O trabalho e
observação do orientador científico incidem essencialmente
sobre quatro aspectos:
a) Sessões
de exposição oral
b) Textos
das sessões de exposição
c) Aulas
assistidas
d) Actividades
de dinamização matemática da escola
Os perfis de
desempenho incidirão assim sobre estes quatro aspectos:
Sessões de
exposição oral:
Insuficiente |
Revela
confusão com os conceitos científicos envolvidos |
12 |
Revela
hesitações com os conceitos científicos envolvidos |
14 |
Exposição
escorreita mas sem capacidade de sair do previamente preparado |
16 |
Exposição
clara com capacidade de sair do previamente preparado |
18 |
Exposição
muito clara e com capacidade de discussão segura e correcta sobre
temas relacionados |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de corrigir erros e insuficiências nos planos apresentados,
à vontade na pesquisa bibliográfica.
Textos para as
sessões de exposição:
Insuficiente |
Textos de
difícil leitura e compreensão e com incorrecções |
12 |
Textos com algumas
incorrecções e pouco claros |
14 |
Textos correctos
mas com pouca clareza |
16 |
Textos totalmente
correctos |
18 |
Textos muito
claros e bem escritos |
Estes textos
poderão também incluir as versões de trabalho, de acordo
com as indicações dos orientadores.
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de corrigir erros e insuficiências em anteriores
versões, à vontade na pesquisa bibliográfica.
Aulas assistidas:
Insuficiente |
Aulas com
abundantes erros e pouca clareza |
12 |
Aulas com alguns
deslizes científicos e pouca clareza |
14 |
Aulas com raros
deslizes científicos e alguma clareza |
16 |
Aulas sem deslizes
científicos e claras |
18 |
Aulas claras,
rigorosas e imaginativas |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de responder a questões dos alunos, planos bem elaborados,
exemplos bem escolhidos.
Actividades de
dinamização matemática da escola:
Insuficiente |
Poucas ou nenhumas
actividades |
12 |
Actividades com
pouco impacto e com insuficiências científicas |
14 |
Actividades com
pouco impacto ou com insuficiências científicas |
16 |
Actividades
interessantes e sem insuficiências científicas |
18 |
Actividades
interessantes, motivadoras, correctas e imaginativas |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de lidar com questões tradicionalmente difíceis,
materiais bem elaborados, exemplos com impacto.
Nota final do
orientador científico:
A nota final do
orientador científico é calculada como a média pesada dos
aspectos atrás considerados, arredondada às unidades, em que os
pesos são os seguintes:
a) Sessões
de exposição oral
- 2
b) Textos
das sessões de exposição - 2
c) Aulas
assistidas
- 1
d) Actividades
de dinamização da escola -
1
2. Orientador
Pedagógico
O trabalho e
observação do orientador pedagógico incidem essencialmente
sobre nove aspectos:
a) Conhecimento
do conteúdo
b) Conhecimento
do currículo
c) Conhecimento
dos alunos
d) Preparação
das aulas
e) Organização
e condução das aulas
f) Avaliação
das aulas
g) Avaliação
das aprendizagens dos alunos
h) Participação
na vida da escola
i) Desenvolvimento
profissional
Os perfis de
desempenho incidirão assim sobre estes nove aspectos:
Conhecimento do
conteúdo:
Insuficiente |
Conhecimento
deficiente dos conceitos básicos e procedimentos específicos da
Matemática, revelando falta de capacidade para responder a
dúvidas ou questões dos alunos. |
12 |
Conhecimento nem
sempre seguro dos conceitos e técnicas matemáticas constantes
dos programas dos anos de escolaridade leccionados. |
14 |
Conhecimento
seguro dos conceitos e técnicas matemáticas constantes dos
programas dos anos de escolaridade leccionados. |
16 |
Além do
anterior, capacidade de relacionamento de conceitos de diferentes
áreas. |
18 |
Além do
anterior, conhecimento da sua história. |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de respondera questões dos alunos com segurança,
capacidade de pesquisar temas menos comuns.
Conhecimento do
currículo:
Insuficiente |
O livro de texto
é usado como base exclusiva para o ensino |
12 |
Conhecimento das
orientações programáticas principais dos programas dos
anos de escolaridade leccionados, no que diz respeito a finalidades,
objectivos gerais e específicos, metodologias, materiais,
conhecimentos matemáticos e avaliação. |
14 |
Além do
anterior, compreensão e capacidade de articulação dos
diversos componentes dos programas |
16 |
Além do
anterior, capacidade de identificação dos conhecimentos
matemáticos, capacidades e atitudes centrais dos programas. |
18 |
Além do
anterior, conhecimento de situações extracurriculares e de
outras disciplinas que se relacionem directamente com os temas do programa de
Matemática. |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de responder a questões dos alunos com segurança,
capacidade de pesquisar temas menos comuns.
Conhecimento dos
alunos:
Insuficiente |
Reduzida
consideração dos alunos no processo de ensino/aprendizagem,
actuando independentemente da turma |
12 |
Conhecimento do percurso
escolar dos alunos, em especial, a Matemática; conhecimento das
principais lacunas dos alunos relativas ao conhecimento matemático e
alguma preocupação em as fazer superar |
14 |
Além do
anterior, compreensão das razões para a
utilização de diversas estratégias de ensino de acordo
com os objectivos e tendo em conta as idades, as capacidades e as
necessidades dos alunos. |
16 |
Além do
anterior, preocupação em adaptar o ensino aos diferentes
alunos, prevendo distintos processos de aprendizagem e disponibilidade para
acompanhar e auxiliar os alunos em situação extra-aula. |
18 |
Além do
anterior, sensibilidade e disponibilidade para acompanhar e auxiliar
sistematicamente os alunos em situação extra-aula. |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias: capacidade
de responder a questões dos alunos com convicção e
persuasão, capacidade de envolvimento numa sala de estudo e actividades
afins.
Preparação
das aulas:
Insuficiente |
Ausência de
preparação das aulas e/ou preparação não
cuidada ou inconsciente, não revelando preocupação com
os objectivos, os resultados da aprendizagem dos alunos e as suas
necessidades. Notória utilização de um método de
ensino em particular, o qual nem sempre é apropriado para os
objectivos e necessidades dos alunos |
12 |
Capacidade de
elaborar planos de aula coerentes tendo em conta as orientações
curriculares gerais, as necessidades dos alunos, e articuladas com aulas
anteriores e posteriores. |
14 |
Além do
anterior, adaptação e selecção de tarefas
relevantes para a aprendizagem dos alunos, selecção,
adaptação e elaboração de materiais e recursos
adequados, incluindo as novas tecnologias. |
16 |
Além do
anterior, concepção, adaptação e
selecção de tarefas estimulantes e relevantes para o progresso
dos alunos. |
18 |
Além do
anterior, preparação cuidadosa de formas de trabalho
diversificadas e consistentes com os objectivos, incluindo momentos de
trabalho com toda a turma, em grupos, em díades e trabalho individual. |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
definição adequada dos objectivos e previsão de
estratégias que permitam a sua consecução, capacidade de
envolvimento numa sala de estudo e actividades afins, previsão eficiente
dos diversos momentos da aula, em particular, do início e final, e da
gestão do tempo, previsão de formas de avaliação do
grau de consecução dos objectivos da aula,
preparação de formas de trabalho diversificadas e consistentes
com os objectivos, incluindo momentos de trabalho com toda a turma, em grupos,
em díades e trabalho
individual.
Organização
e condução das aulas:
Insuficiente |
Condução
de aulas desorganizadas, com reduzida antecipação de problemas
e falta de consistência nas acções desenvolvidas para
obter comportamento adequado da turma e condições para a
aprendizagem. Incapacidade de comunicar de uma forma eficiente.
Realização de aulas aborrecidas, monótonas,
caracterizadas por falta de imaginação, vigor e rigor. |
12 |
Capacidade de
criar e manter um ambiente de trabalho adequado na sala de aula. Capacidade de
estabelecer e manter regras e rotinas justas e apropriadas para os alunos. |
14 |
Além do
anterior, capacidade de levar à prática as formas de trabalho
previstas e utilização de recursos e materiais seleccionados,
preocupação com a gestão do tempo. |
16 |
Além do
anterior, Capacidade de levar à prática as formas de trabalho
diversificadas, incluindo momentos colectivos de trabalho com toda a turma,
em grupos, em díades e trabalho individual. Capacidade de
utilização eficaz de materiais e recursos previstos, em
particular, as novas tecnologias. |
18 |
Além do
anterior, capacidade de fazer inflexões relativamente ao plano
previsto sempre que o desenvolvimento da aula o justifique. |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
capacidade de organizar a sala de aula de forma adequada, estabelecendo as
condições físicas adequadas para o trabalho a desenvolver.
Avaliação
das aulas:
Insuficiente |
Avaliação
não focalizada nos aspectos essenciais e não revelando
reflexão sobre a prática nem vontade de incorporar
sugestões de outros colegas e orientador |
12 |
Capacidade para
descrever as aulas em termos de tarefas propostas, da estratégia
usada, do ambiente de aprendizagem, do papel dos alunos e do professor |
14 |
Além do
anterior, capacidade de análise crítica do grau de
consecução dos objectivos pretendidos com
identificação dos factores de (in)sucesso das aulas |
16 |
Além do
anterior, capacidade de análise crítica do grau de
consecução dos objectivos pretendidos em função
da avaliação da aprendizagem dos alunos e do desenvolvimento
das suas capacidades e atitudes. |
18 |
Além do
anterior, identificação adequada dos factores de (in)sucesso
das aulas e sugestão e discussão de alternativas pertinentes
para a sua melhoria |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
identificação de factores de (in)sucesso das aulas e
sugestão de alternativas para a sua melhoria, compreensão da
necessidade de reflexão sobre a prática lectiva e
disposição para aceitar sugestões de colegas e orientador.
Avaliação
das aprendizagens dos alunos:
Insuficiente |
Reduzida preocupação
com a avaliação eficiente do progresso dos alunos. Registo das
aprendizagens/ou ‘feedback’aos alunos inconsciente |
12 |
Compreensão
da necessidade de avaliação do desenvolvimento dos alunos
relativamente a conhecimentos, capacidades e atitudes no que respeita
à Matemática |
14 |
Além do
anterior, compreensão da necessidade de utilização de
várias estratégias de avaliação e capacidade de
as usar de modo consistente, contemplando conhecimentos, capacidades e
atitudes no que respeita à Matemática. |
16 |
Além do
anterior, preocupação em envolver os alunos na
avaliação do seu desenvolvimento relativo ao comportamento na
sala de aula e ao conhecimento, às capacidades e às atitudes em
relação à Matemática. |
18 |
Além do
anterior, capacidade de comunicar aos alunos de forma conveniente os
resultados da avaliação, proporcionando ‘feedback’
válido para a aprendizagem futura |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
definição prévia de critérios de
avaliação, sua apresentação aos alunos e respeito
pelos compromissos assumidos, elaboração e
utilização de instrumentos de avaliação adequados
que permitam o registo do progresso de cada aluno, incluindo a
auto-avaliação, capacidade de envolver os alunos na
avaliação do seu desenvolvimento relativo ao comportamento na
sala de aula e ao conhecimento, às capacidades e às atitudes em
relação à Matemática.
Participação
na vida da escola:
Insuficiente |
Isolamento
relativamente à vida da escola, com ausência de
participação nas actividades onde poderia colaborar. Desconhecimento
ou alheamento das regras de funcionamento da escola |
12 |
Compreensão
da escola como instituição e do lugar e função
que esta tem na comunidade |
14 |
Além do
anterior, compreensão do papel das actividades extra-lectivas na
dinamização da vida da escola e no envolvimento dos alunos na
aprendizagem. |
16 |
Além do
anterior, disposição e capacidade de colaborar na
preparação e realização de actividades
extra-lectivas pertinentes que favoreçam o desenvolvimento nos alunos
de capacidades e atitudes positivas em relação à escola e, em especial, à
Matemática. |
18 |
Além do
anterior, disposição e capacidade de propor e colaborar na
preparação e realização de actividades
extra-lectivas que contribuam para a formação dos colegas da
escola |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
grau de envolvimento, imaginação e capacidade de trabalho com os
colegas e outras entidades da escola ou fora da escola.
Desenvolvimento
profissional:
Insuficiente |
Falta de
relações de trabalho com os profissionais mais próximos,
em particular, com o núcleo de estágio e com os colegas de
grupo de Matemática da escola. Indisponibilidade para procurar e
aceitar ajuda. Falta de empenhamento |
12 |
Consciência
das suas próprias responsabilidades como professor, assumindo-se como
um profissional autónomo e
empenhado |
14 |
Além do
anterior, preocupação em conhecer e estabelecer contacto com
recursos humanos e materiais importantes para a profissão de
professor. |
16 |
Além do
anterior, preocupação e capacidade em reflectir sobre a
prática profissional, identificando problemas e definindo
estratégias para a sua superação. |
18 |
Além do
anterior, disposição e capacidade para reflectir sobre a
prática profissional, para definir problemas e questões a
investigar e desenvolver projectos individuais ou colectivos de
intervenção sobre esses problemas |
Outros
critérios para atribuir pontuações intermédias:
Disposição e capacidade para trabalhar em grupo, para discutir
com outros professores sobre questões profissionais, para procurar e
aceitar ajuda, para cooperar, conhecimento das ideias fundamentais relativas
à realização de um projecto educativo.
Nota final do
orientador pedagógico:
A nota final do
orientador pedagógico é calculada como a média pesada dos
aspectos atrás considerados, arredondada às unidades, em que os
pesos são os seguintes:
a) Conhecimento
do conteúdo - 2
b) Conhecimento
do currículo
- 2
c) Conhecimento
dos alunos
- 1
d) Preparação
das aulas
- 2
e) Organização
e condução das aulas
- 3
f) Avaliação
das aulas
- 1
g) Avaliação
das aprendizagens dos alunos - 1
h) Participação
na vida da escola
- 2
i) Desenvolvimento
profissional
- 1