008-Extensão do programa
A aplicação experimental e os primeiros anos da generalização dos actuais programas do ensino secundário comprovam que, desde o início, estes não foram configurados para a carga horária semanal actual. As reclamações dos professores no sentido de ampliar a carga horária semanal vêm baseadas no facto da aplicação experimental ter sido feita utilizando 5 ou mais horas semanais, sem que mesmo então, a totalidade dos itens do programa tivesse sido abordada. Os próprios autores alertaram para as condições de aplicação e reclamaram sobre as diferenças entre o total teórico e o total real das horas destinadas à leccionação.
Na prática em muitas escolas, os professores de Matemática têm leccionado cargas superiores às previstas na lei, sem que o cumprimento dos programas tenha sido conseguido.
Com programas extensos em relação à carga horária disponível tem havido mais a preocupação de "dar" o programa do que dar tempo aos alunos de realmente aprender. É bem verdade que, por exemplo no 12(o) ano, mal tem havido tempo para falar em todas as questões de todos os capítulos (também nos antigos programas a esmagadora maioria dos professores não chegava ao capítulo de cónicas, enquanto nos novos programas cerca de metade do programa fica por "dar"), quanto mais para dar tempo aos alunos de construir os conceitos "a partir da experiência de cada um" ou de "desenvolver o espírito de pesquisa"!...
Por isso uma das principais preocupações desta Equipa foi de propor um programa exequível na carga horária definida por lei.
Por outro lado, muitas pessoas sugeriram que não se mantivesse a actual dispersão de capítulos pois, fazendo-se uma abordagem relativamente superficial em vários capítulos, os alunos quando chegavam ao seguinte já haviam esquecido tudo. Por outro lado havia que procurar uma "melhor clareza e melhor organização dos conteúdos temáticos". Assim a Equipa optou por propor 3 grandes temas para cada um dos anos, cada um a ser abordado em cada período escolar, o que recolheu opiniões bastante favoráveis. Nesta programação deve obviamente levar-se em conta que, por lei, há períodos reservados para a Área-Escola e que os professores podem dispor de 6 dias por ano para participação em encontros. Ambas estas componentes são importantes na vida da Escola pelo que a programação feita tem em conta esta realidade. Procurando trabalhar com valores médios, entendemos tomar como referência 92 horas de ensino assim distribuídas:
1(o) período: 36 aulas
2(o) período: 36 aulas
3(o) período: 20 aulas
Claro que nem todos os anos será possível reservar esse número de aulas úteis em cada período. Os professores farão as adaptações que o bom senso aconselhar, de modo a preservar sempre um total mínimo de 92 horas de ensino; entendemos que menos do que este número de horas de ensino não é admissível.
Assim propõe-se a seguinte distribuição de tópicos:
10(o) ano
Tema I Geometria no Plano e no Espaço I 36 aulas
Tema II Funções e Gráficos 36 aulas
Tema III Estatística 20 aulas
11(o) ano
Tema I Geometria no Plano e no Espaço II 36 aulas
Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial I 36 aulas
Tema III Sucessões 20 aulas
12(o) ano
Tema I Análise Combinatória e Probabilidades 36 aulas
Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial II 36 aulas
Tema III Trigonometria e Números complexos 20 aulas
Parece-nos ser um programa exequível nas 4 horas definidas legalmente.
A ideia da distribuição por temas pressupõe que só em casos muito excepcionais o tema relativo a um período extravase esse período. O professor deve fazer a sua planificação de modo a que em cada período seja apenas abordado o tema desse período para que esse tema seja efectivamente cumprido. Quaisquer atrasos devidos a circunstâncias excepcionais devem ser compensados adequadamente.
A profundidade do tratamento de muitos temas é variável e o professor pode adaptá-la ao interesse e capacidade dos alunos. Além do mais alguns tópicos são de tratamento facultativo. Esses vão indicados com um (*). Estes tópicos não significam um aumento do programa, mas fornecem uma boa ocasião de fornecer mais matemática a alunos mais interessados, mesmo que haja apenas um ou dois destes alunos numa dada turma.
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