O Presidente da 1(a) Direcção da Sociedade Portuguesa de Matemática, Pedro José da Cunha, no seu trabalho "Bosquejo Histórico das Matemáticas em Portugal", publicado em 1929, escreveu (p. 30):
"... enquanto os nossos matemáticos se viam assim isolados dos meios científicos de além-Pirenéus, as descobertas neste ramo da ciência sucediam-se lá fora, qual delas a mais brilhante. Viète criava a álgebra moderna, que recebia logo dos seus continuadores apreciáveis aperfeiçoamentos; Descartes, inventando a geometria analítica, renovava a geometria; Newton e Leibniz, por métodos idênticos na essência, mas diferentes na forma, lançavam os fundamentos da ánalise infinitesimal, que os irmãos Bernouilli consolidavam, adoptando a concepção de Leibniz; Neper descobria os logaritmos; Fermat imprimia um avanço considerável à teoria dos números; Pascal fundava o cálculo das Probabilidades; abriam-se numa palavra, em todos os ramos das matemáticas, admiráveis horizontes, tão vastos como inesperados. E os geómetras que neste período de decadência, apesar de tudo, não deixámos de contar em Portugal, forçados a alhearem-se deste extraordinário movimento de renovação das ideias, só produziram obras mais ou menos antiquadas, de carácter quase exclusivamente didáctico, que em nada podiam contribuir para os progressos da ciência."
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