ANEXO


CORPOS GERENTES DA S.P.M.

Segundo informa a Gazeta de Matemática, foram eleitos, em 20 de Março de 1943, os corpos gerentes da S.P.M.:

Mesa da Assembleia Geral:

Presidente, Luís Passos;

1(o) Secretário, Francisco Inácio da Silva;

2(o) Secretário, Maria Antónia Rêgo Chaves.

Direcção:

Presidente, Aureliano de Mira Fernandes;

Vice-Presidente, Manuel Peres;

Secretário-Geral, Bento Caraça;

Tesoureiro, Alfredo da Costa Miranda;

1(o) Secretário, Carlos F. Carvalho;

2(o) Secretário, Fernando Carvalho Araújo;

Vogal, Maria Henriqueta Trigo de Sousa Zanatti.

Delegados à Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências:

Bento Caraça e Francisco Leite Pinto.

(Gaz. Mat. n(o) 14 (1943), pp. 12-13).

Não tendo podido o Professor Aureliano de Mira Fernandes aceitar o cargo de presidente da Direcção da S.P.M., procedeu-se a novas eleições, tendo sido eleito para o mesmo lugar, o Professor Bento Caraça.

O cargo de Secretário Geral encontra-se vago.

(Gaz. Mat. n(o) 15 (1943), p. 10).


No dia 14 de Janeiro de 1944 reuniu-se no Anfiteatro de Matemática da Faculdade de Ciências de Lisboa a Assembleia Geral da S.P.M.. (...) Para o cargo vago de Secretário Geral da Sociedade, foi eleito Carlos Fernandes de Carvalho e, para o cargo de 1(o) Secretário, Xavier de Brito.

(Gaz. Mat. n(o) 18 (1944), p. 14).


Em 22 de Janeiro de 1945 reuniu a Assembleia Geral da S.P.M. tendo-se aprovado por unanimidade o relatório da Direcção. Foram eleitos na mesma sessão para o biénio 1945-1946:

Mesa da Assembleia Geral:

Presidente, Manuel A. Peres Junior, Director do Observatório Astronómico de Lisboa,

Secretários, Maria Henriqueta Trigo de Sousa Zanatti, professora do Liceu e Maria Antónia Rego Chaves, do Instituto Geográfico e Cadastral.

Direcção:

Presidente, António A. Ferreira de Macedo, professor do I.S.T.;

Vice-Presidente, Luís Passos, professor do Liceu; Secretário-Geral, António J. Baptista dos Santos, do Observatório Astronómico de Lisboa;

Tesoureiro, João Remy T. Freire, assistente do I.S.C.E.F.;

1(o) Secretário, António da Costa Leão, actuário do I.N.T.;

2(o) Secretário, Raul de Carvalho, eng. geógrafo do Ministério O. P.;

Vogal, Fernando F. Viçoso, do Instituto Geográfico e Cadastral.

Delegados à Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências:

Bento de Jesus Caraça, professor do I.S.C.E.F. e Carlos A. Fernandes de Carvalho, Chefe dos Serviços Actuariais do I.N.T..

(Gaz. Mat. n(o) 23 (1945), pp.13).


Em Janeiro de 1947 reuniu a Assembleia Geral da S.P.M. que aprovou o relatório da Direcção. Foram eleitos na mesma sessão para o biénio 1947-1948:

Assembleia Geral:

Presidente, Manuel Peres, Director do Observatório Astronómico de Lisboa,

Secretários, Maria Henriqueta Trigo de Sousa Zanatti, e Augusto Macedo Sá da Costa.

Direcção:

Presidente, Manuel Zaluar Nunes;

Vice-Presidente, Jaime Xavier de Brito;

Secretário-Geral, Hugo Baptista Ribeiro;

Tesoureiro, Orlando Morbey Rodrigues;

1(o) Secretário, Maria do Pilar Ribeiro;

2(o) Secretário, José Cardoso Morgado Jr;

Vogal, Alfredo Pereira Gomes.

Delegados à Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências:

Ruy Luís Gomes e Bento de Jesus Caraça.

Foram estes os últimos Corpos Gerentes da Sociedade Portuguesa de Matemática, eleitos antes do 25 de Abril.


Do "Manifesto para a Ciência em Portugal"

de José Mariano Gago (Outubro/90)

O isolamento científico nacional, verdadeiro atavismo e fronteira do desenvolvimento português, exprime-se em várias frentes: a frente do isolamento do país em relação ao estrangeiro, aos grandes movimentos internacionais da cultura científica ou à prática quotidiana de contribuir para o aperfeiçoamento das ciências e das técnicas; a frente do isolamento da actividade científica na cultura e na sociedade, o seu enraízamento débil na cidadania, nas escolhas sociais e políticas, no ensino, nos meios de comunicação social, nas actividades económicas; e, por último, a frente do isolamento científico no próprio espaço nacional, onde a mobilidade é baixa, a colaboração interinstitucional pequena e o desequilíbrio regional no investimento para fins científicos se repercute negativamente em baixos índices de mobilização dos recursos humanos disponíveis e em fraquíssima congregação de esforços de diferentes parceiros sociais para o desenvolvimento de actividades científicas e técnicas à escala nacional, ou nas respectivas regiões."


De "Do Ofício e da Cidadania

Combates por uma civilização da dignidade"

(Maio/1990)

Estamos a correr sérios riscos e Portugal está-se a afundar. Está-se a afundar pelo desprezo que há pela investigação científica e incapacidade de a fazer arrancar, pelo desprezo que há pela criação cultural e pela ineficácia em instalar as condições para que ela possa florescer. Nós temos que criar uma comunidade científica que neste país insufle uma mentalidade racionalista, sem peias, uma atitude crítica, científica, problematizadora, ao mesmo tempo assente na demonstração e na prova experimental, que não vá atrás de suposições de tipo mágico ou formas de pensamento arcaízantes, mas que aceite tudo aquilo que há na ciência moderna.

A ciência nada tem a ver com dogmatismos, porque é perfeitamente aberta, é problematizadora, fundamentalmente e não dogmática. Ora bem, nós temos que criar essa mentalidade, o que não quer dizer que assim esqueçamos o desenvolvimento das artes plásticas, ou da música, ou da literatura, ou das formas de desporto. Tudo isto está entrelaçado no legado europeu: precisamente a Europa que queremos construir, ela parte, tem como vectores essenciais esse sentido artístico e lúdico, a busca da beleza, mas também a busca do rigor, a capacidade de problematizar, mas também a busca de demonstração e o exame crítico cerrado, severo, de tudo quanto nos é proposto e de quanto nós propomos. Temos de ter essa mentalidade aberta que, por um lado, se traduz num conjunto de actividades físicas de realização do homem na plenitude e na saúde, e por outro no conjunto das actividades de fusão com tecnologia inovadora e preservadora e de pensar racionalmente.

É na lucidez, nas ideias claras e distintas, na grande tradição helénica e galileana-cartesiana, que vem a desembocar em Sérgio, em tantos outros, que nós devemos realmente situar-nos; e não nas fantasias descabidas que nos vão ensandecer nos quintos impérios das missões providenciais, nos mitos, sejam eles o mito da economia de mercado ou da privatização, ou da livre concorrência, ou outros mitos explicativos do universo e certas formas de cultura que não têm o rigor, a precisão, o espírito matemático e experimental que, juntamente com o espírito artístico, como mostrou e tanto sublinhou Henri Poincaré, e não só, estão na base da nossa civilização - uma civilização que usufrui do privilégio de ser capaz de pôr-se em causa a si própria e arranca novas forças de renovação da insatisfação que sente com o que realizou."


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