Os novos programas de Física utilizam vectores e produto escalar no início do 10º ano, velocidade média, velocidade instantânea, determinar o vector velocidade instantânea de uma partícula material a partir do gráfico posição-tempo e taxa de variação temporal do momento linear no início do 11º ano, operador derivada para relacionar os vectores posição, velocidade e aceleração, e taxa de variação de momento angular no início do 12º ano.
Em relação ao segundo aspecto, a taxa de variação é introduzida no meio do 10º ano, retomada no meio do 11º ano e formalizada no meio do 12º ano. Não são referidas derivadas de funções vectoriais de variável real, mas pensamos que os conceitos introduzidos são suficientes para que possam ser utilizados pela Física.
O principal problema está no uso de vectores e produto escalar logo no início do 10º ano. A noção intuitiva de vector é já introduzida no 8º ano, mas a projecção de um vector na direcção de outro é apenas estudada actualmente no último capítulo do 10º ano e a noção de produto escalar é apenas estudada actualmente no 11º ano. Pensamos ser possível antecipar esse estudo para o início do 10º ano, mas, para que valha a pena esta alteração, o estudo da Física deveria ver a sua ordem alterada para esperar pelo estudo destas noções na disciplina de Matemática. Nos programas de Física aparece ainda uma referência indirecta ao integral na primeira unidade do 11º ano com atribuição do significado físico à área sob o gráfico ‘velocidade-tempo’, num certo intervalo de tempo. Com 4 horas semanais é impensável que este tema seja tratado no ensino secundário; de qualquer modo, devido à sua delicadeza, dificilmente o poderia ser antes do 12º ano.
Os novos programas de Química recorrem à noção de logaritmo para resolução de problemas de pH no fim do 10º ano. Não nos parece possível introduzir a noção de logaritmo antes do 11º ano (pelo menos com as actuais 4 horas semanais), pelo que somos de parecer que deveria preferencialmente ser alterada a ordem no programa de Química.
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