nš19 ISSN
0870-7669 Junho
1989
Folha Informativa
do Projecto "Computação no Ensino da Matemática"
O USO DAS CALCULADORAS E DOS COMPUTADORES,
E OS CÁLCULOS NA AULA DE MATEMÁTICA
- 6ª parte -
O texto seguinte é a continuação da tradução de uma parte da brochura "Quelques apports de 1'informatique à l'enseignement des Mathématiques" editada em 1977 peta APMEP (uma associação de professores de matemática francesa).
Aritmética Experimental
a) a=bq+r, 0<r<b não conheço!
É regra quase geral que, a divisão euclidiana em N, não é "conhecida" dos materials de cálculo existentes.
Querendo um resultado inteiro (visionado ou impresso) para a divisão de 47 por 3, obtemos 16, arredondamento de 15,666..., e "este" 16 multipticado por 3 dará novamente 47.
- ou passar pela parte inteira de a/b
- ou comparar os múltiplos sucessivos de b com a.
Nos dois casos,calculamos em seguida r=a-bq. 0 primeiro algoritmo, linear, e evidentemente o de execução mais eficaz. O segundo não tem interesse senão ao nível da definição e da manipulação de ciclos e de testes.
b) a=bq+r, 0<r<b conhecemos, mas para quê?
A manipulação dos números teve sempre um lado mágico para os alunos... e adultos... É um jogo, com a condição de não ensombrar com cálculos muito numerosos e muito trabalhosos.
A utilização de micro-computadores ou de calculadoras (sobretudo as programáveis) tem neste dominio dois aspectos interessantes:
- Procura de algoritmos. esta procura, a melhoria dos algoritmos, a escrita esquemática (organigramas) permitem apreender bem, e frequentemente por métodos diferentes, os problemas postos. A comparação das metas ao nível da execução é uma motivação suplementar para os alunos. Por outro lado, a modificação, por vezes mínima, de um algoritmo, pode desembocar na resolução de outro problema.
- Conjectura e Investigação: a possibilidade de iterações que oferece o material programável permite desembaraçar-se dos cálculos repetitivos, fastidiosos e desmobilizadores, para se consagrar aos resultados e às reflexões daí decorrentes.
c) A aritmética é um verdadeiro manancial para tais investigações. Não desenvolveremos aqui os programas correspondentes que o professor de matemática poderá ele próprio reencontrar.
Daremos simplesmente alguns temas organizados segundo uma progressão que parece ter dado resultado e acrescentaremos algumas considerações sobre cada um deles.
d) Algumas observações:
1. Sendo a e b dois números naturais, depois de ter feito a divisão euclidiana (a = bq.r), podemos iterar:
- a substituição de a por 10r e obtemos o desenvolvimento décimat de a/b.
- a substituiçã de a por b e b por r (é o algoritmo de Euclides) e obtemos o mdc de a e b.
- a substituição de b por b+1 e procuramos os divisores de a.
Eis um exemplo de manipulação do organigrama relativo ao algoritmo de Euclides:
CALCULADORAS
I
Pequenas modificações do organigrama I dão origem a outros problemas ilustrados em II e IIIi.
II
III
2. Fazendo (u,v) percorrer N^2 veremos que existe um par verificando a relação de Bezout:
au - bv = mdc (a,b).
O fenómeno é bastante surpreendente quando a e b forem primos entre si.
3. Dois naturais são amigáveis se a soma dos divisares de um, exceptuando ele próprio, é igual ao outro e inversamente; por exemplo 220 e 284.
Um natural diz-se perfeito é auto-amigável; por exemplo 28.
Um plutão é um natural que tem mais divisares que todos os que o precedem; por exemplo 12.
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