Este projecto, financiado pelo Concurso Ciência Viva VI,
co-financiado pelo FEDER e pelo POCI2010, resultou de uma parceria entre o Hospital Pediátrico de Coimbra, o
Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, a PHYSIS - Associação Portuguesa Estudantes de Física -
e o Agrupamento de escolas Martim de Freitas.
Fundamento e fundação
Tendo consciência que a hospitalização é, na maioria das vezes, um momento agressivo, doloroso e
assustador para a maioria das pessoas - sobretudo crianças - e nem sempre atitudes puramente farmacológicas
são suficientes para suprimir esse desconforto. Por outro lado, a debilidade física nem sempre, ou quase nunca, é acompanhada de uma
debilidade intelectual e por isso, uma das
estratégias alternativas é a atenção dirigida que consiste em focalizar a atenção da criança em algo que
não seja a sua dor.
As actividades propostas tiveram como principal objectivo propiciar alguns momentos de lazer para as crianças
onde elas possam também aprender alguns conceitos importantes do mundo da ciência, tendo consequentemente a função
de incentiva-las para a ciência e para os números
Período e local de concretização
O foco de actividade do projecto é o Hospital Pediátrico de Coimbra, teve o seu início em
Maio de 2006 e prevê o seu término em Dezembro de 2008.
Entidades responsáveis, coordenadores e dinamizadores
São entidades responsáveis pela concepção o Hospital Pediátrico de Coimbra, o
Departamento de Matemática Universidade de Coimbra,
a PHYSIS - Associação Portuguesa de Estudantes de Física -
em parceria com o seu sócio colectivo o NEDF/AAC - Núcleo de Estudantes do Departamento de Física da Universidade de
Coimbra e o Agrupamento de escolas Martim de Freitas.
Actualmente, os responsáveis pelo projecto são: José Carlos Nelas, do Hospital Pediátrico de Coimbra, Andrêa Leite Gouvêa e
Sílvia Franklim Marques, da PHYSIS, Adérito Araújo e Sílvia Barbeiro, do Departamento de Matemática.
O projecto foi levado a cabo por estudantes da Universidade de Coimbra, nomeadamente estudantes dos cursos de Física,
Eng. Física, Eng. Biomédica e Matemática.
Público-alvo
Todas as crianças internadas no Hospital Pediátrico de Coimbra, com idades compreendidas entre os 3 e os 15 anos de idade.
Através da estimulação da curiosidade científica que a todas as crianças é
comum, proporcionaram-se momentos de lazer e de aprendizagem que envolveram crianças, pais, enfermeiros e educadores.
As actividades desenvolvidas,
neste contexto, foram pensadas como fortes estímulos intelectuais onde a Matemática e a Física
assumem protagonismo. Pretendeu-se também que o estímulo intelectual proposto fosse muito apelativo
e pudesse funcionar como uma estratégia não farmacológica de supressão do desconforto inerente
á própria hospitalização.
O facto de a actividade ser levada a cabo por estudantes universitários que colaboram em regime de
voluntariado contribui não só para a humanização dos serviços hospitalares
mas também para o desenvolvimento de uma forte consciência cívica.
Reacções às actividades desenvolvidas
Crianças. As crianças nem sempre se mostraram receptivas às actividades apresentadas. Inicialmente a sua participação nas
actividades é a de mero espectador. Porém assim que os voluntários começam a realizar as actividades, a curiosidade é despertada e a participação aumenta.
Curiosamente, foi observada (e com enorme agrado) uma interacção entre as próprias crianças, onde os que já conheciam as experiências ou os jogos
matemáticos ajudavam os outros na experimentação gerando-se, por vezes, discussões bastante interessantes sobre variados temas.
Depois de iniciada a actividade, as crianças aderiam com grande entusiasmo acabando por se divertir muito e acabando, momentaneamento, por
esquecer que estão doentes.
Pais. Na generalidade, os pais das crianças acolhem bem a presença dos voluntários no hospital, embora tenhamos tido
casos em que os pais consideraram que as actividades realizadas poderiam ser destabilizadoras. Mas mais uma vez
balanço é positivo, uma vez que grande parte dos pais se mostra interessada nas
experiências e colabora nelas e mostrando vontade de as reproduzir em casa.
Enfermeiros e educadoras. O envolvimento dos educadores e enfermeiros foi sempre no
sentido de proporcionar as condições necessárias para a realização das actividades,
embora não se tenham envolvido directamente nelas.
Perspectivas de continuidade do projecto
Apesar do projecto, formalmente, ter terminado em Junho de 2008, a sua continuidade está
prevista até final do ano. Uma vez que a escola que funciona nas instalações do Hospital pertence ao
Agrupamento de Escolas Martim de Freitas, é também objectivo deste projecto alargar as actividades previstas,
na medida do possível, às restantes crianças do agrupamento escolar.
É nossa intenção promover a continuidade deste projecto não só neste centro hospitalar, mas também noutros pontos do país, incentivando os núcleos de estudantes das universidades do país a celebrar protocolos semelhantes com outras unidades hospitalares e escolas.
Dada a rotatividade dos voluntários, é objectivo deste projecto criar condições para que sejam também os educadores e enfermeiros e realizar as actividades experimentais propostas. Serão promovidas oficinas de formação básica para correcta transmissão dos conceitos físicos e matemáticos e para criar hábitos de comportamento em contexto hospitalar e em situações de voluntariado com crianças, como desta se trata.